sábado, 9 de janeiro de 2010

Melhor livro do ano

O melhor livro do ano (de acordo com crítico subornado pelo autor



Olá.

Escrevi meu segundo livro de poemas e, após registrá-lo na Biblioteca Nacional, resolvi publicá-lo na internet.

Dessa forma, o custo foi reduzido praticamente a zero e o livro pode ser lido gratuitamente neste blog.


Não esqueça de deixar sua crítica/comentário após a leitura.

Para ler o livro, clique aqui: O melhor livro do ano (de acordo com crítico subornado pelo autor).

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Pantum #0


Pantum #0



O vão do vazio jogado no nada
Nadando ao redor de outros enterros
Em vão os vazios retornam à largada
E vão repetindo todos os erros

Nadando ao redor de outros enterros
De volta ao começo encontram um lugar
E vão repetindo todos os erros
Sem perceberem que devem acabar

De volta ao começo encontram um lugar
Vão se arrastando sem sentido algum
Sem perceberem que devem acabar
Como se fosse bastante comum

Vão se arrastando sem sentido algum
Sentindo o acabar da nova alvorada
Como se fosse bastante comum
O vão do vazio jogado no nada



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Sol da meia-noite


Sol da meia-noite



Se pulcro o dia
A noite fenece



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Para lendas


Para lendas



Dá vida à ávida dúvida
Viúva ave úvida
Duvida da vida devida
Divide a dádiva e revida



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Biografia do Sr. Sem nome


Biografia do Sr. Sem nome



Quase nove meses
Sob a Lua de verão
Nasce uma esperança

Trinta e cinco graus
Sem dinheiro pra comida
Esmola a criança

Com filhos famintos
É pai a cria de outrora
Triste céu gelado

Um tiro no escuro
Choram as nuvens de inverno
E está acabado

E morre a esperança
Sombra do ipê no epitáfio
Anônimo-pai

Dezessete sílabas
Uma noite de verão
E nasce um haicai



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Se quer


Se quer



Se quer de volta o que vivemos
Se quer de volta os beijos meus
Como pôde ter partido sem
Sequer ter dito adeus?


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Tudo se recobra


Tudo se recobra



Dizia Lavoisier
Meu concunhado
Que a natureza nada queria
Mas ele estava enganado

Tsunamis e tempestades
Punição sentenciada
A natureza agora cobra
Pela pureza violada


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Dez matamentos


Dez matamentos



No meio do caminho tinha uma floresta
Tinha uma floresta no meio do caminho

O que fizeram com ela?


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Pás no futebol


Pás no futebol



O Brasil é o país do futebol
Ronaldinho Gaúcho, Garrincha e Pelé
Quantos gênios, quantos gritos de olé
Todos os dribles, da pedalada ao lençol

Mas com a violência crescente
Que vemos nas torcidas
E para enterrar dignamente
Todos que perdem suas vidas

É que pedimos:
Mais pás no futebol


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Sobre a censura


Sobre a censura







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Brasis


Brasis



Sou do Brasil de Glauber, gênio incompreendido
Sou do Brasil de Mário Quintana e Tom Zé
Sou do Brasil de um povo que chora com fé
Sou do Brasil que espera não ser esquecido

Sou do Brasil da Amazônia: da fauna e flora
Sou do Brasil do índio: tupi, guarani
Sou do Brasil que vai do Oiapoque ao Chuí
Sou do Brasil que faz, não espera ou demora

Sou do Brasil da ditadura militar
Soldo utilizado pra banir com censura
Soldo utilizado pra mentir e matar

Sou do Brasil que me trata como idiota
Sou do Brasil da corrupção, da usura
Não sei se sou ufanista ou despatriota



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10/04/19___


10/04/19___

Encontrei uma velha carta abandonada
Falava de promessas e futuros sonhos
Esperava a fortuna e sucesso tardonhos
Expulsava pra sempre a confiança abalada

Reproduzia em seu papel amarelado
Quão admirável seria a nova vida
Reivindicava por toda a infância perdida
Pelo divertimento até então postergado

Novas atitudes seriam necessárias
O dia a dia das tristezas tão constantes
Trocado por situações menos ordinárias...

...Exceção às rugas que ornamentam minha face
E dos cabelos embrancados abundantes
Décadas passaram sem que nada mudasse



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Relatividade


Relatividade

Segundos de um minuto
Engatinhavam em minha infância
Segundos diminutos
O tempo escapa em abundância














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Autopsicofagia


Autopsicofagia

O poeta é um devedor
Deve tanto que não pode
Compensar ao editor
A reimpressão de uma ode

Deve ser constrangedor
Ver um filho famulento
E poder-lhe, então, propor
Só um verso como alento

Pra saciar a própria fome
O poeta, então, com calma
Abdica de seu nome
E consome, assim, sua alma


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Dilema


Dilema

Decanto enquanto canto
Em todo canto teu encanto
E se espanto causa o manto santo
Que te cobre tanto
É sem constrangimento que vejo o vento
Desnudar-te por um momento

...

Minto, pois já não sinto
Aquele instinto tão faminto
A desbravar teu labirinto

Sentimento indistinto

Desaponto
De pronto vejo-me tonto
Neste interno confronto:

Fico adjunto ao teu corpo consunto
Ou abandono-te, defunto?


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